Crítica | Triângulo da Tristeza – Filme com 3 Indicações ao Oscar é verdadeiro Surto do Privilégio Branco!

Há um par de semanas atrás foram conhecidos os finalistas na seleta lista de indicados ao Oscar 2023. Dentre surpresas e decepções, um filme se destacou: foi o ‘Triângulo da Tristeza’, que recebeu nove indicações à estatueta dourada, incluindo nas categorias principais de Melhor Roteiro Original, Melhor Filme e Melhor Direção. Também, pudera! O novo queridinho de Hollywood é um verdadeiro surto!

Dividido em três atos, o longa conta a história do casal Carl (Harris Dickinson) e Yaya (Charlbi Dean), ele um modelo em declínio que tenta voltar ao cenário, ela uma supermodel de sucesso, porém mesquinha. Em crise no relacionamento, os dois saem em uma viagem de cruzeiro luxuoso junto com outras pessoas podres de rica e cujas manias e peculiaridades nem mesmo o dinheiro consegue melhorar. Então, quando a convivência desse seleto grupo de egos começa a entrar em choque, tudo começa a desandar, afinal, quando todo mundo é capitão, quem comanda o navio?

Com um elenco estrelar – que inclui Woody Harrelson e um maravilhoso Zlatko Buric, em que juntos entregam a melhor sequência de cenas do longa – ‘Triângulo da Tristeza’ mostra o tamanho diminuto do seleto clube da humanidade, como diria Ailton Krenak, cujos membros são medidos pelas suas áreas de atuação e a quantidade de zeros que possuem nos bancos. Do alto do privilégio branco em que vivem, nada é capaz de sair fora de seus planos. O argumento de ‘Triângulo da Tristeza’ é, sem dúvida, o coração e o que há de melhor no filme do sueco Ruben Östlund, que certamente destila no roteiro todo o seu desprezo por esse tal grupo.

Entre luxo e podridão, ‘Triângulo da Tristeza’ tem seus altos e baixo entre cenas escatológicas, violência animal desnecessária e um final frustrante. Mas provoca uma reflexão que não cessa após o filme.

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