Ser mãe é um trabalho em tempo integral que dura desde a fecundação até o último suspiro da vida. A bem da verdade, não importa o quanto os filhos tenham crescido, pois uma mãe estará para sempre conectada a ele, onde quer que ele esteja, não importa quanto tempo passe. Esse é também o retrato do filme ‘A Mãe’, drama brasileiro que chega às salas de cinema a partir dessa semana.
Grande vencedor do 29o Festival de Cinema de Vitória e exibido na 46a Mostra de Cinema de São Paulo, ‘A Mãe’ conta a história de Maria (Marcélia Cartaxo), que trabalha como camelô nas ruas de São Paulo e cria seu filho adolescente para ser um bom rapaz. Mas, quando a mãe não está, o filho anda em más companhias e pratica atitudes desafiadoras na comunidade em que vivem. Quando certo dia seu filho não volta para casa, Maria começa a buscá-lo desesperadamente, muitas vezes desafiando a estrutura social da cidade e colocando sua própria segurança em risco para conseguir descobrir o paradeiro de seu filho.
Dirigido por Cristiano Burlan, ‘A Mãe’ é um filme que toca profundamente em uma feriada aberta da sociedade contemporânea: o desaparecimento de jovens pelas mãos da polícia e do tráfico. Essa realidade, cada vez mais comum e quase naturalizada pela sociedade, dá o mote para um filme intenso e incômodo, que pincela sobre os núcleos de apoio às pessoas em busca de desaparecidos que, sem o suporte governamental, têm que buscar suas respostas por conta própria. Um filme que levanta o debate, mas não traz soluções. Merece os prêmios que tem ganhado no circuito.