Crítica | ‘Império da Luz’ Pode Render Nova Indicação ao Oscar à Olivia Colman

O título escolhido para a abertura do Festival do Rio 2022 foi nada menos que ‘Império da Luz’, e foi uma acertada escolha: não é apenas um filme, ou apenas um longa com potencial de arrebatar umas premiações no fim do ano, mas sim um filme que aborda a paixão pelo cinema, que se passa em uma sala e cuja história só faz sentido por ter essa locação.

Hilary (Olivia Colman) é uma antiga funcionária do cinema ‘Império da Luz’, cujo dono, Sr. Ellis (Colin Firth), é um garboso senhor que mantém uma relação extraconjugal com Hilary há anos, a ponto de ela diariamente deixar tudo do jeitinho que ele gosta em sua sala. Por seu tempo de casa, Hilary é também uma espécie de gerente do cinema, mesmo que não tenha o título. Diante da notícia de que o local receberá a pré-estreia de ‘Carruagens de Fogo’, Sr. Ellis decide contratar um novo funcionário, o jovem Stephen (Michael Ward). A contragosto, Hilary ensina todos os pormenores ao rapaz, impaciente com suas perguntas; porém aos poucos o frescor juvenil e a paixão do jovem pela sétima arte fará com que Hilary veja seu local de trabalho com outros olhos.

A primeiríssima coisa que chama a atenção em ‘Império da Luz’ é a cena de abertura, em que a protagonista vai acendendo cada parte do cinema. A fotografia no projeto emprega a poesia necessária para que os cinéfilos possam sentir a comunhão da emoção, mas, ao contrário do que se espera (e do que a campanha de marketing dá a entender), o longa de Sam Mendes não se trata disso; ao invés, o cinema fica em segundo plano, às vezes terceiro, de outros temas que se sobrepõem inesperada e repentinamente ao enredo, confundindo o espectador. A sensação é que o roteiro inicial tratava disso, mas, depois, houve uma ou mais interferências para incluir pautas relevantes para tornar o filme outra coisa do que se propunha inicialmente. O resultado é uma confusão geral e a extensão da duração, por quatro vezes dando a sensação de que o filme termina, só que não.

Império da Luz’ é esteticamente belo, e traz, novamente, uma potente Olivia Colman que com duas cenas intensas pode receber indicações aos principais prêmios da sétima arte. É seu brilhantismo que carrega o belo e confuso novo filme de Sam Mendes.

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