Nem todo bom suspense precisa de elenco de renome, rostos conhecidos ou grande orçamento para garantir um bocado de efeito especial. Qualquer filme só precisa de uma boa história, e que esta seja bem executada. Daí de vez em quando nós, meros espectadores, nos surpreendermos com filmes de baixo orçamento (se comparado com o padrão Hollywood) ou sem (muita) gente conhecida e que acabam sendo bem bons, como ‘A Queda’, suspense que a Paris Filmes está trazendo para os cinemas brasileiros a partir dessa semana.
Becky (Grace Caroline Currey), Shiloh Hunter (Virginia Gardner) e Dan (Mason Gooding) são três amigos que curtem muito escalar nas alturas. Becky e Dan são casados, e neste momento estão escalando um paredão com Hunter quando, por um descuido, Dan acaba ficando pendurado em um precipício. Desesperados com a tensão e sem tempo para reagir, Dan acaba falecendo neste acidente, o que abala a vida das duas amigas por um ano inteiro. Então Hunter – a pedido do pai de Becky, James (Jeffrey Dean Morgan) – decide que é hora de dar um basta no luto da amiga e a convida a escalar a B-57, a torre de rádio mais alta dos Estados Unidos. Munidas de coragem aventuresca, o que as duas não podiam imaginar é que a torre, em si, traria muitos outros perigos para elas.
Com 1h47 de duração (o tempo mediano de um filme), ‘A Queda’ é um filme difícil de assistir, tendo o espectador medo de altura ou não. A própria angulação da câmera causa diversas sensações em quem está assistindo, mesmo sem necessariamente empregar efeitos 3D. Mérito da sintonia do roteirista Jonathan Frank com o diretor Scott Mann, que também assina o roteiro, em consonância com as boas atuações das duas atrizes principais, que garantem o envolvimento e a tensão da situação do início ao fim.
Surpreendente, ‘A Queda’ é um ótimo e despretensioso filme para quem curte histórias tensas de roer as unhas.