Crítica | Eike Tudo ou Nada – A Aguardada Cinebiografia do ‘Lobo de Wall Street’ Brasileiro

Eike Batista pode estar em baixa no momento, mas é um nome inesquecível. Mesmo a geração Z, que veio depois de sua derrocada, ou já ouviu falar dele ou vive reflexos das ações cometidas pelo empresário. Fato é que numa época em que os investimentos financeiros e os interesses no país estavam em alta, Eike deitou e rolou no sistema, em algo equivalente a ‘O Lobo de Wall Street’ aqui no Brasil, e parte de sua história chega esse final de semana às salas brasileiras com o filme ‘Eike Tudo ou Nada’.

Sétimo homem mais rico do mundo em 2012, Eike (Nelson Freitas) foi do auge ao declínio em poucos anos. Com uma fortuna estimada em US$ 30 bilhões, na época era o maior bilionário brasileiro do mundo e estava no auge com as empresas do grupo EBX (OGX, MMX e OSX). Em 2014, já não integrava mais a lista da Forbes. ‘Eike Tudo ou Nada’ revela os bastidores dessa história extremamente midiática, que até hoje provoca controvérsia e curiosidade.

Inspirado no livro da jornalista Malu Gaspar, ‘Eike Tudo ou Nada’ apenas pincela a trajetória do investidor no período do auge do declínio, pouco contando como Eike acumulou sua fortuna (para ter o suficiente para brincar na bolsa de valores) e levemente abordando sua vida pessoal, pincelando seu relacionamento bombástico com Luma de Oliveira (que rendeu muuuuita história nas colunas sociais, mas que no filme é encarnada por uma distante Carol Castro). As duas passagens do passado de Eike – sua infância, o casamento e a traição com Luma – são momentos em que o roteiro transforma a estrutura narrativa para uma linguagem teatral, quebrando o ritmo, o que talvez não seja a melhor escolha para um filme cuja história se desenvolve como um thriller cujo final já conhecemos.

Eike Tudo ou Nada’ foca na derrocada do empresário, em como ele saiu dos investimentos seguros na exploração de minério e do Hotel Glória para apostar tudo na exploração de petróleo após o anúncio da descoberta do pré-sal. Ainda que o filme mostre que Eike fosse um cara extremamente narcisista, aponte quem teriam sido os responsáveis pela falência do grupo (acima de todos, o próprio Eike, consumido pelo seu ego) e faça um paralelo de como suas especulações e mentiras ao público levou centenas de pessoas comuns a perder tudo, ficou faltando muita coisa da história do biografado, e o filme deixa um gostinho de quero mais.

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