“Scooby Dooby Doo, where are you?” Para os saudosos fãs do dogue alemão e sua turma de jovens detetives, ouvir essa música na sequência de abertura de ‘SCOOBY! O Filme’ traz um único pensamento: Scooby-Doo está de volta! Não que em algum momento ele tenha ido embora, mas, como outros desenhos clássicos, acabou perdendo espaço na televisão para animações mais novas. Assim, a nova história da Mistério S.A. chega para recuperar seu lugar no coração do público.
Lançada diretamente em plataformas de streaming no Brasil, em virtude da pandemia do novo coronavírus, a produção mais aguardada da Warner Bros. Pictures segue na missão de apresentar personagens clássicos para uma nova geração, a partir de uma modernização no cenário, mas mantendo sua fórmula clássica, algo que também foi feito em ‘A Família Addams’ (2019).
Baseado na clássica animação da Hanna-Barbera, ‘SCOOBY! O Filme’ conta a origem dos famosos personagens, como Scooby e Salsicha se conhecem e, mesmo ainda sendo crianças, já possuem suas marcantes personalidades. O início da narrativa pode fazer os fãs lembrarem da série ‘O Pequeno Scooby-Doo’. Apesar de não ter a presença do tão conhecido Ruivo Hering, algumas crianças perturbam a paz de Salsicha e Scooby em pleno Halloween. Isso faz com a dupla se una a Daphne, Fred e Velma, formando, assim, a Mistério S.A.. Apesar de rápida, essa sequência inicial já traz referências a cultura pop, e sutis críticas relacionadas a indústria alimentícia e ao sistema judiciário.
Já crescidos e tendo resolvido centenas de casos, a turma encontra o desafio de evitar o “apocãolipse”, que acontecerá quando o fantasma do cão Cerberus for liberado no mundo. Assim, contarão com a ajuda de vários personagens, que são uma surpresa maravilhosa para os fãs dos desenhos da Hanna-Barbera, para deterem um vilão não tão vilão assim, quando percebemos que suas intenções estão além da ambição. Logo no início do filme, é possível observar a mensagem sobre a importância e o poder da amizade, algo que se fortalece no final da história.
Diferente dos episódios da animação, em que o fantasma é apenas um homem com uma máscara, nesse filme a assombração é real, no caso, uma criatura mitológica que também traz personagens históricos para compor seu enredo. Essa diferença entre a série original e o longa-metragem não é algo inédito. Narrativas rodeadas de lendas e misticismo podem ser vistas em outros filmes do Scooby-Doo, como ‘Scooby-Doo na Ilha dos Zumbis’ (1998) e o live-action ‘Scooby-Doo’, lançado em 2002.
O filme é completamente nostálgico aquecendo o coração daqueles que cresceram com o Scooby, e apresentando de forma divertida e moderna os clássicos personagens para a nova geração. Referências a cultura pop, celulares de última geração e tecnologias que ajudam na investigação dos casos se misturam a magia original do desenho. O legado de William Hanna e Joseph Barbera foi respeitado, e permanecerá vivo nas novas gerações.