Pensa numa parada que tem tudo pra dar errado… Essa é a proposta de ‘O Chalé’, suspense psicológico da Sony que estreia direto nas plataformas digitais essa semana.
Aidan (Jaeden Martell) e Mia (Lia McHugh) e o pai, Richard (Richard Armitage) vão passar o Dia de Ação de Graças com a nova namorada dele, Grace (Riley Keough) eno chalé da família, que fica isolado nas montanhas geladas perdido no meio do mapa. Só que Richard precisa trabalhar e as crianças acabam ficando aos cuidados de Grace, que mal as conhece. É quando uma sequência de situações inexplicáveis começam a acontecer durante a estadia dos três, e o que era para ser um feriado em família acaba se tornando um angustiante pesadelo sem fim.
Exibido no Festival de Sundance e no Festival do Rio em 2019, três coisas chamam a atenção de imediato em ‘O Chalé’: a belíssima fotografia, que molda uma narrativa própria do filme; o som, ao qual foi dado especial atenção, de modo que o espectador consegue ouvir com nitidez até mesmo o arrastar de um colar em cima da mesa, em oposição aos sussurros dos personagens; e as tomadas da filmagem, posicionadas por ângulos incomuns com uma câmera perspectivada, servindo como ferramenta essencial na construção da já mencionada fotografia.
O roteiro de Sergio Casci, Veronika Franz e Severin Fiala prende o espectador durante boa parte das uma hora e quarenta e oito minutos de duração do longa. Já na primeira sequência com Alicia Silverstone, por exemplo, acontece algo tão inesperado, que o espectador genuinamente se assusta. Até a metade do segundo ato o roteiro é bem empolgante, construindo uma boa atmosfera de suspense psicológico, provocando o espectador a se perguntar o que está acontecendo. Porém, na transição para a última parte do filme há uma barriga de uns vinte minutos que dão a sensação de estarem ali só para rechear o longa, pouco acrescentando ao todo.
Apesar desse pequeno desvio, os diretores Veronika Franz e Severin Fiala entregam um ótimo suspense psicológico bem estilo ‘Hereditário’, misturando metaforicamente religião católica para construir um thriller intenso, com alguns jump scares realmente inesperados e uma trama simples, no qual entendemos que o principal perigo é a mente do ser humano.