Crítica| The Good Place – Série termina de forma emocionante e reflexiva

            Após quatro anos, ‘The Good Place‘ chega ao fim. Indicada ao Globo de Ouro de Melhor Série de Comédia ou Musical, em 2019, a série conta a história de Eleanor Shellstrop (Kristen Bell), que descobre que morreu e se encontra no “Lugar Bom“, devido a suas boas ações em vida. O problema é que Eleanor é um “erro no sistema” e deveria estar no “Lugar Ruim“. Para tentar salvar sua pós-vida, ela conta com a ajuda de Michael (Ted Danson), Tahani (Jameela Jamil), Jason (Manny Jacinto), e Chidi (William Jackson Harper), um professor de filosofia que tenta ensinar Eleanor como ser uma pessoa melhor.

            Essa inteligente comédia apresenta um pós-vida burocrático e desatualizado, muito semelhante as estruturas administrativas atuais. O humor traz leveza no enredo, mas a série não deve ser considerada apenas como entretenimento. Desde o primeiro episódio, a principal motivação da história é fazer o público refletir sobre suas decisões ao longo da vida, através de um forte embasamento filosófico. Platão, Aristóteles, Sócrates e Kant foram apenas alguns dos inúmeros filósofos mencionados na atração.

            Após inúmeras tentativas de fugirem do “Lugar Ruim” e tentarem conquistar suas vagas no “Lugar Bom“, e inúmeras aulas de filosofia, os personagens amadureceram e desenvolveram um pensamento crítico sobre suas vidas, percebendo que somente as atitudes éticas é que possuem significado. Afinal, mesmo fazendo uma boa ação, esta não terá resultado se a motivação for corrupta.

            Ao longo dos anos, a série se renovou, e na última temporada não foi diferente. Após tantas tentativas de salvarem suas almas do “Lugar Ruim”, agora, Eleanor, Chidi, Tahany e Jason precisam salvar a humanidade, reformando o sistema pós-vida. Os personagens contam com a ajuda de arquitetos dos lugares “Bom” e “Ruim“, e, apesar de seus destinos incertos após concluírem os trabalhos, percebem que, mesmo após a morte, suas atitudes podem influenciar de forma positiva e negativa quem ainda está na Terra.

            ‘The Good Place‘ termina de forma emocionante, sem perder seu ritmo, como acontece com muitas séries em suas últimas temporadas. Os questionamentos filosóficos se mantêm presentes, colaborando com o desenvolvimento dos personagens e do próprio público, que é convidado a refletir sobre a vida. Diante de todas as indagações sobre o que vem após a morte, a temporada transmite uma tranquilidade sobre o assunto, mostrando que tudo tem um começo e um fim, e é isso que gera a satisfação humana. Afinal, o que torna a jornada interessante é saber que é finita.

Deixe uma resposta

%d blogueiros gostam disto: