Crítica | Carcereiros – O Filme – Longa derivado da série é o MELHOR filme brasileiro de ação da década

Verdade seja dita: desde ‘Tropa de Elite’, o cinema brasileiro não produziu um filme de ação com a qualidade e com o cuidado que ‘Carcereiros – O Filme’ traz hoje, em sua estreia nos cinemas. Mas também é bem verdade que não houve muito interesse em produzir mais filmes desse gênero, apesar do sucesso do coleguinha. Felizmente, o longa derivado da série de sucesso da Rede Globo veio para acrescentar qualidade no conjunto de títulos disponíveis deste gênero.

            Alguns pontos são semelhantes ao que é encontrado na série, e ajudam a ambientar o espectador: a narrativa de Adriano (Rodrigo Lombardi, tal como no original), o mesmo cenário e a ambientação da prisão Filinto Prates Penitenciária, a direção do presídio nas mãos do Dr. Louveira (Milton Gonçalves, em participação especial) e o auxílio do Valdir (Toni Tornado, também em participação especial).

De resto, assim como na série, temos um enredo novo, que começa com a chegada de Abdel Mussa (Kaysar Dadour, como ele fica bem fazendo cara de mau né não?), um perigosíssimo terrorista internacional sendo trasladado para a Europa, mas que precisa pernoitar no local sem que ninguém fique sabendo. A chegada desse elemento estrangeiro deixa os detentos em polvorosa, especialmente as facções da Falange (comandada pelo Juarez, interpretado por Rômulo Braga) e do Quarto Comando (encabeçada pelo Príncipe, interpretado por Rainer Cadete). Só que, como se já não bastasse toda a tensão desse elemento novo, no meio da madrugada o presídio sofre uma invasão sinistra, o que deixa os nervos ainda mais aflorados.

O que realmente chama a atenção é o roteiro entrelaçado feito a oito mãos por Marçal Aquino, Fernando Bonassi, Dennison Ramalho e Marcelo Starobinas, responsáveis também pela trama dos episódios. O foco nessa tensão é apresentado desde a primeira cena, em que vemos Adriano convencer e dominar psicologicamente uma abordagem a um detento delirante. Esta cena, o crescer da angústia que ela gera, faz o espectador prender a respiração.

Para os fãs do gênero, é importante destacar que são muitas as cenas de ação e todas elas são completamente imersivas, muitas vezes colocando a câmera em primeira pessoa e convidando o espectador a se sentir dentro daquele cenário caótico. É verdade que por vezes a sequência dessas tomadas são um bocado confusas, nos deixando perdidos sem saber quem está atirando, quem está sendo atingido, quem é quem. Porém, se por um lado isso incomoda, por outro, em um tiroteio, a confusão é essa mesma, nada é linear e explicado.

Em suma, ‘Carcereiros – O Filme’ é um grande filme de ação, o melhor brasileiro da década, que faz novos recortes à realidade do cárcere com a particularidade de mostrar nossas mazelas sociais, com o surpreendente espaço de tempo de pouco mais de uma hora de história. Vale a pena ver em tela grande!

Deixe uma resposta

%d blogueiros gostam disto: