Crítica | Link Perdido – Disney Surpreende Com Animação Stop-Motion Inteligente!

2019 é basicamente o ano da Dona Disney, afinal, ela praticamente lançou um filme por mês nos cinemas, e ainda vai vir agora com uma plataforma de streaming todinha dela. Tudo isso já sabíamos, estava no calendário. A novidade veio agora com a inesperada animação ‘Link Perdido’, que estreia nos cinemas com distribuição da própria Disney!

            A história é situada mais ou menos ali no final do século XIX, início do século XX. Época das grandes descobertas tecnológicas e científicas, quando os estudiosos e cientistas europeus se dedicaram a explorar (em todos os sentidos) o resto do mundo, em busca de melhorias para o seu padrão de vida. É nesse contexto que conhecemos o explorador Lionel Frost (originalmente dublado por Hugh Jackman), um sujeito obcecado em tentar comprovar a existência de criaturas mitológicas (por exemplo, o unicórnio), para, com isso, conseguir entrar para o seleto clubinho de cientistas cujas pesquisas foram comprovadas, encabeçado por Lord Piggot (Stephen Fry). Para tal, o sr. Frost embarca numa aventurosa jornada atrás do Pé Grande.

            A história em si não é muito original – particularmente já perdi as contas de quantos filmes sobre o Pé Grande/Yéti estrearam só esse ano. Portanto, embora os ingredientes do bolo não sejam novos, o grande diferencial desse ‘Link Perdido’ é a forma como ele mistura os elementos.

            Para começar, é uma animação em longa-metragem estilo stop-motion. Isso significa que são 1h35 de imagens gravadas com bonecos que se mexem só um pouquinho a cada nova foto, que, quando reunidas e aceleradas, ganham movimento. Isso por si só já vale o ingresso, pois a técnica está cada vez mais rarefeita no mercado, infelizmente. Vai aqui o agradecimento aos estúdios Laika (responsável por ‘Coraline’ e ‘Kubo’), que se dedica, bravamente, a continuar construindo sonhos em forma de arte em massinha, e que investiu nesse projeto do ‘Link Perdido’.

            Segundamente, a dublagem brasileira, conjuntamente com a tradução e a adaptação da linguagem, está simplesmente perfeita. Todas as falas se encaixam em notável sintonia com o que ocorre nas imagens, passando a sensação de que estamos ouvindo o áudio original. E esse é o objetivo de um trabalho bem feito.

            As piadas fluem nas falas com tamanha naturalidade, que faz muita gente conseguir gargalhar alto diante do inesperado. É que as reações dos personagens – em especial a dupla principal, sr. Frost e Pé Grande – são tão reais, tão gente como a gente, que o espanto em ver um desenho ter o mesmo tipo de raciocínio insólito que a gente tem com nossos amigos simplesmente faz com que a gente acabe rindo, afinal, diante do absurdo das situações, resta o riso.

            ‘Link Perdido’ é desses raros entretenimentos que deve satisfazer mais aos jovens do que aos pequenos (e, neste caso, recomenda-se ter ao menos 10 anos, para conseguir imergir com fluidez na história), O filme diverte e deslumbra e, ainda por cima, encontra espaço para discussão de identidade de gênero – o que aponta que essa é uma temática que está sendo colocada na pauta da Dona Disney com frequência, e que ela está dedicando sua atenção à diversidade dos seres. Bravo.

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