Crítica | Histórias Assustadoras Para Contar No Escuro – Para Curtir Com os Amigos

            Sabemos que tudo que é retrô anda fazendo muito sucesso com o público. Por isso, com a estreia de ‘Histórias Assustadoras Para Contar no Escuro’ os espectadores poderão se deliciar com um terror básico, raiz e com todos os elementos essenciais em uma boa história para deixar a gente acordado na hora de dormir.

            Baseado no livro homônimo de Alvin Schwartz (lançado no Brasil pela editora José Olympio), o roteiro de Dan Hangeman, Kevin Hageman, John August e Guillermo Del Toro (que também produziu o longa) conseguiu entrelaçar bem os diversos contos de terror nutelinha que compõem o livro. Vejam bem: as histórias são suaves, dessas que a gente costumava contar para nossos amigos só para fazê-los perder o sono, porém os elementos são raiz, para fazer a gente se contorcer e virar o rosto.

            Em pleno 1968, em Mill Valley, cidadezinha pequenina de Pensilvânia, nos Estados Unidos, um grupo de amigos excluídos tenta se divertir na festa de Halloween dando o troco em Tommy Milner (Austin Abrams), que sempre os atormentava. É assim que Stella (Zoe Margaret Colletti), Auggie (Gabriel Rush) e Chuck (Austin Zajur) acabam conhecendo Ramón Morales (Michael Garza), um forasteiro que acaba de chegar na cidade. Como diversão, os quatro decidem visitar uma casa mal-assombrada (claro!), e lá encontram o caderno de escritos de Sara Bellows, que supostamente continha histórias escritas por ela. O que aparentemente seria apenas uma diversão de Halloween rapidamente se torna uma ameaça de vida, pois as histórias do livro começam a se tornar realidade e passa a perseguir o grupo, indo atrás de cada um deles.

            Por trás da trama, em uma camada mais profunda, o longa trabalha temas mais intrínsecos da cultura ocidental, como a questão da escravidão e o olhar preconceituoso que se tinha sobre a cultura dos povos negros. É evidente que essa não é a proposta objetiva do longa, e justamente por isso é muito bom que ele tenha encontrado espaço para falar dessas questões, ainda que superficialmente.

            A direção de André Øvredal é segura para o que se propõe, sem elaborar muito nem forçar a história a expor mais do que o necessário, embora algumas soluções fáceis do roteiro peçam certa paciência do espectador. Porém, não é nada que estrague a magia do terror clássico, que retorna nesse ‘Histórias Assustadoras Para Contar no Escuro’ como um velho encontro com os amigos, e nos faz sentir saudades da época em que nos reuníamos todos para assistir histórias de terror à noite, para nos assustarmos juntos porém sem confessar o medo que sentíamos. É um filme para curtir com os amigos de infância.

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