Quando uma franquia já deu o que tem que dar, mas daí dois personagens se destacam mais que o núcleo principal e acabam fazendo um spin off de sucesso. Bom, essa é a origem desse ‘Hobbs & Shaw’, uma vertente que se sobressaiu da franquia de ação ‘Velozes e Furiosos’, que, sozinha, já produziu mais de nove filmes.
O filme já começa com muita ação, com destaque para a montagem do longa, que conseguiu sincronizar perfeitamente movimentos simultâneos dos dois personagens principais durante uma primeira e longa cena. É bonito de se ver cenas de ação que se encaixam como balé.
Na trama, Luke Hobbs (The Rock) e Deckard Shaw (Jason Statham) são convocados pelos respectivos órgãos de serviço secreto dos EUA e da Inglaterra para descobrirem o paradeiro de um vírus terrível – o C17, também conhecido como Floco de Neve –, capaz de destruir as pessoas de dentro pra fora, derretendo os órgãos e os ossos do indivíduo. Só que, para a surpresa e desgosto deles, os dois terão que deixar seus egos e diferenças de lado e trabalhar juntos.
Com um vilão super foda e bem convincente, Brixton Lore (Idris Elba) e uma sidekick inteligente e competente – Hattie (Vanessa Kirby) –, o longa de desenvolve por pouco mais de duas horas, ao longo de cinco países diferentes. Isso dá um pouco a sensação de que a coisa toda se estende por tempo demais, especialmente o primeiro arco, porém é tão tão divertido ver as constantes provocações da dupla principal, que realmente esse ponto acaba sendo deixado de lado.
Mas, sejamos sinceros: não é um clássico do cinema, uma obra-prima da sétima arte – e nem se pretendia a tanto. ‘Hobbs & Shaw’ é divertido do início ao fim, cheio de lutas mirabolantes, cenas impossíveis e atitudes de deixar o queixo caído. É a isso que ele se propõe: entreter. Para isso, vale até mesmo deixar pra lá umas três liberdades absurdas do roteiro. Em suma: o filme é sobre dois carecas furiosos em apuros ao redor do mundo, o que nos remete a comédias queridas dos anos 80. Por isso mesmo, ‘Hobbs & Shaw’ vale a ida ao cinema.