‘Ma’ é um desses filmes de suspense que poderia facilmente ter estreado diretamente na TV, porém, com Octavia Spencer no elenco, é necessário mesmo estrear em tela grande. A atriz, que se destacou em ‘Histórias Cruzadas’ e levou o Oscar de Melhor Atriz Coadjuvante, em ‘Ma’ vive Sue Ann, uma mulher comum, solitária, com um emprego simples e que poderia ser qualquer pessoa que a gente conhece. Exceto que há algo de suspeitoso nela.
Tudo começa com uma adolescente, Maggie (Diana Silvers, que surgiu para a gente em ‘Vidro’), que se muda de volta com sua mãe, Erica (Juliette Lewis, bem rasa neste filme) para a cidadezinha natal onde a mãe cresceu e estudou. Na nova vida, ela se vê obrigada a fazer novos amigos na escola, e, como já sabemos de inúmeros filmes americanos, fazer amigos na escola não é exatamente uma tarefa fácil. Na tentativa de se enturmar, Maggie e sua turma acabam conhecendo Sue Ann, uma adulta bem intencionada que oferece comprar bebida alcoólica pra galera (aqui vale ressaltar que nos EUA um menor de idade comprar é uma infração gravíssima, e ninguém pode sequer andar na rua com uma latinha de cerveja na mão, então, uma adulta que oferece comprar bebidas pra galera não só é um sonho, como é também uma espécie de fada madrinha).
A galera vai se enturmando e Sue Ann se torna a ‘Ma’ (diminutivo carinhoso, em inglês, para ‘mãezona’). Ela oferece que os adolescentes farreiem no porão de sua casa, que é mais seguro do que dirigirem bêbados por aí. A turminha vai curtindo, mas, Ma quer mais, e, aos poucos, o que era uma amizadezinha com interesses vai se transformando em assédio moral, e começa a surgir a pergunta: o que realmente Ma quer com esses adolescentes?
Octavia Spencer consegue entregar uma personagem complexada que se assemelha às bruxas dos contos de fadas, que usa a maior tentação dos jovens para atrai-los para sua armadilha. O argumento do filme dirigido por Tate Taylor tinha potencial para ser bem mais, porém, satisfaz-se em ser bem mais raso. Ainda assim, ‘Ma’ é um bom suspense psicológico, que homenageia os filmes de terror dos anos 80 e traz um terceiro arco bem intenso, encabeçado por uma Octavia Spencer reveladora como psicopata.