‘A Lista de Schindler’ volta aos cinemas 25 anos depois e está mais atual do que nunca!

O ano era 1994. Lembro-me muito bem, eu tinha uns 11 anos, fui na locadora e aluguei uma fita VHS recém-lançada de um filme preto e branco do mesmo diretor do meu então filme favorito, ‘Parque dos Dinossauros’. Na época, eu já era cinéfila, mas não sabia o que o novo filme de Steven Spielberg iria fazer comigo. Lembro-me de, aos 11 anos, terminar de assistir ‘A Lista de Schindler’ sozinha, em casa, aos prantos, sem conseguir acreditar no que tinha acabado de ver.

               Hoje, aos trinta e cinco anos, é num misto de felicidade e tristeza que vejo ‘A Lista de Schindler’ voltar aos cinemas, mais atual do que nunca.

               A nova versão, remasterizada, volta aos cinemas no entardecer do feriado do Dia do trabalho, mas para a cultura judaica significa muito mais: ‘A Lista de Schindler’ entra em cartaz durante o Yom HaShoah, o dia de relembrar o Holocausto. O filme será exibido na rede Cinemark a partir de 1º de maio, no Clube Hebraica (SP); de 2 a 8 de maio no Shopping Higienópolis (SP) e no Downtown (RJ); e de 2 a 7 de maio no Cinemark Iguatemi (SP); e apenas no dia 7 de maio Pier 21 (Brasília) e RioMar (Recife). As oportunidades são poucas, porém, é um evento realmente imperdível assistir a este filme na tela grande.

               Um novo trailer foi especialmente confeccionado para ocasião, e você pode vê-lo aqui: https://www.youtube.com/watch?v=RQfPCRUz6lw&feature=youtu.be

               Vencedor de 9 Oscars – incluindo Melhor Filme, Melhor Diretor (Spielberg), Melhor Roteiro Adaptado (Steven Zaillian, baseado no livro de mesmo nome de Thomas Keneally), Melhor Fotografia, Melhor Trilha Sonora Original (o impecável John Williams), Melhor Ator (Liam Neeson) e Melhor Ator Coadjuvante (Ralph Fiennes) – o filme faz jus a todos os prêmios recebidos na época, e merecia mesmo uma versão restaurada da obra, cuja história parece mais atual do que nunca.

               Em 1939, em plena II Guerra Mundial, o exército nazista alemão está realocando judeus nos guetos de Cracóvia. Isso atinge diretamente o Herr Direktor Oskar Schindler (Liam Neeson), industrial cujo maquinário era majoritariamente operado por trabalhadores judeus. Nos três anos seguintes acompanhamos um verdadeiro jogo de poder e de egos entre os superiores da SS e o Herr Commandant  Amon Göth (Ralph Fiennes, terrivelmente cruel neste papel, mesmo tão jovem), um oficial da SS enviado para construir e administrar o campo de concentração de Plaszów, na Polônia. Durante todo esse período, vemos a transformação que ocorre em Schindler, e as artimanhas que elabora para conseguir salvar vidas judias de formas legais perante os olhos nazistas. A sutileza e a tensão andam lado a lado em todos os episódios dessa dramática história, levando aos prantos os espectadores quando, por fim, chegamos à única cena colorida da trama.

               Apesar do filme estar disponível na Netflix e de ser exibido em muitas escolas para debates em sala de aula sobre o tema do Holocausto e do nazismo (descobri isso na sala de imprensa, conversando com colegas mais jovens que eu, e fiquei bastante feliz em saber disso), a experiência de assistir à ‘A Lista de Schindler’ em tela grande, além de ser uma oportunidade imperdível, é, também, imprescindível para compreender os rumos que o mundo está tomando nos últimos anos. ‘A Lista de Schindler’ permanece, ainda hoje, fundamental, atemporal e essencial.

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